terça-feira, 29 de junho de 2010

A união faz a força - 5ªs séries

0 sinal soa. Azoada é geral. Uma multidão de adolescentes abre passagem, em todas as direções. Em segundos, ocupam o pátio, as quadras e os jardins. O recreio da escola é uma verdadeira festa!
A galera vibra, como se fosse ao encontro do que existe de mais precioso nesse mundo. Certamente, vão, sim, ao encontro do maravilhoso: divertir-se juntos. Existe algo melhor?
Mais que o alívio de deixar as carteiras, temporariamente, porque o corpo pede movimento, reclama liberdade; mais que a alegria da descontração e da brincadeira, é a alegria de fazer tantas coisas juntos.
Brincar é algo para se fazer acompanhado. A garotada sabe disso. Afinal, qual a graça de se divertir sozinho?
Qualquer idéia é bem-vinda. O vozerio ferve. As rodas de bate-papo criam o humor das gargalhadas.
O violão discreto eleva o canto dos adolescentes ao redor das folhagens do jardim. Logo adiante, gritos eufóricos revelam nomes, além de muitas histórias.
 Ei! Aqui, Joana!
 Venha, Bete, pra minha equipe!
Soltam o pingue-pongue. No mesmo segundo, duas filas estão formadas. Cada um aguarda atento sua vez. A contagem de pontos é em voz alta.
 Toma, Lucas, essa é sua!
Bruno pula, lançando a bola no ar. Com a cortada de Lucas, a bola atravessa a rede em linha reta, quicando o chão do campo adversário. Ponto marcado!
 Karine, Sara! Dentro da corda!
O arco da corda é longo para abraçar o grupo compacto de jovens. Os pés parecem levitar, quase sem tocar o chão. Incrível! O movimento coletivo acontece em perfeita sincronia. Uma verdadeira dança tribal. Linda de se ver, ou melhor, linda de viver, pois quem consegue olhar a corda arqueada sem pular?
Do lado oposto, ouve-se outro grito:
 Formem o time! Falta um aqui.
E a bola corre solta. Atrás da bola, a velocidade do corpo, a ginga, o drible. O suor lavando a pele, encharcando a camiseta.
Ninguém ganha sozinho
O jogo envolve parceiros e adversários. Uma disputa pacífica e inteligente. A primeira pergunta a fazer é: "quem está a meu favor?"
Como fala Ciça, a capitã do vôlei, ao correr para a quadra:
 Cadê meu time? Comigo, galeeeera!
Em outras palavras, é preciso saber com quem iremos somar forças, com quem iremos estabelecer a união, agir em comum acordo.
 Cooperar é o melhor caminho.
O diálogo solidário entre os parceiros começa pela cumplicidade do olhar. Além do conhecimento e do preparo técnico, é a união da equipe que favorece o bom desempenho.
Cada jogador assume seu papel, de acordo com o objetivo do jogo. Ocupa um lugar e uma função, cuja finalidade é fortalecer o time. Seja no ataque ou na defesa, ninguém joga sozinho, nem ganha sozinho. Mesmo que alguns se destaquem mais que outros.
Certamente, a vitória caberá à equipe mais unida. Para ganhar a Copa e trazer o Penta, a "família Felipão" deu-nos esse exemplo.
O papel do adversário é, também, importantíssimo. Sabem por que?
Todo ser humano é um potencial a ser revelado. Sempre pode aprender mais, aprimorar suas habilidades. Não é esse seu objetivo na escola?
O adversário desperta a motivação para o jogador ser melhor. Motiva a ação. Estimula o concorrente a pensar mais, a criar novas táticas, a mostrar sua competência. O jogador procura dar mais de si, melhorar a comunicação gestual e verbal, necessária para fazer as coligações com os parceiros.
Assim é na vida.
Os jogos são exemplos bem sucedidos de como viver juntos. Formar parcerias, partilhar talentos, respeitar regras e somar forças para conquistar objetivos.
As regras do jogo

Os jogos contêm regras que orientam o comportamento dos participantes. Os direitos ou as vantagens valem para qualquer jogador. Às vezes, há até juiz para garantir que as regras sejam cumpridas com imparcialidade. O juiz deve marcar as faltas dos jogadores e evitar as agressões.
Viver é compartilhar. As pessoas se aproximam por afinidades ou interesses comuns. Por isso, respeitar as regras sociais é a base para uma convivência harmoniosa.
Conversa entre jogadores:
 Quando eu jogo, defendo meu papel com a maior garra!
 Eu crio táticas para chegar ao alvo rapidinho. Venço o adversário pelo cansaço.
 Eu procuro intimidar o concorrente. Descubro seu ponto fraco para derrubá-lo.
 Qual é cara! Isso não é legal!
 Ô, meu, não se trata de agredir o adversário. Violência não é comigo! Estou falando de talento. Domino as feras sem apelar. Dou meu suor no jogo, numa boa. - celebra o companheiro, com um ar orgulhoso.
Com unidade
 Vamos convidar Cid para conversar conosco?
 Diálogo entre Cid e a professora: Cid, você se considera um cidadão ou apenas um personagem? Ora, sou cidadão em pleno exercício dos meus direitos e deveres. Hum!!! Que consciência de cidadania! Sou cidadão desde o meu Registro de Nascimento. Minha certidão documenta minha existência. A partir dela, entrei para a história da humanidade. Não é legal?
 Maravilhoso. Espero que você tenha êxito em seu trabalho de divulgar a cidadania em Brasília.
 Beleza. No entanto, eu, sozinho, sou apenas um cidadão exercendo meu papel com dignidade. O que você quer dizer com isso, Cid?
 Eu simbolizo uma espécie: a humana. E preciso ser visto dentro do coletivo.
 Entendi. Você não vive sozinho.
 Claro. Já reparou como os animais andam sempre juntos?
 Sim. Na minha quadra tem uma revoada de pombos. Adoro jogar milho pra eles.
 É. Os pássaros voam sempre em bando.
 Alguns voam em pares, como os tucanos.
 Minha cadela pariu cinco filhotes. E os cachorrinhos ficam todos juntinhos, juntinhos, como
 se fossem uma unidade. - comenta Cid.
 Eles se aquecem no calor uns dos outros.
 Os cães são bons companheiros. Reconhecem seus donos.
 São animais inteligentes, Cid. Eles se comunicam por meio de gestos e sons.
 Olho para os meus cães e penso: se eu for tão leal como o mais vira-lata dos cachorros, já
 serei um bom amigo.
 Lindo, Cid! imagine, então, o quanto o ser humano pode ser amoroso e companheiro! O animal se comporta tão bem usando apenas o instinto.
 Significa que ele não precisou aprender isso, não é? - pergunta Cid.
Sim. A inteligência animal está inscrita na memória das células. Já o ser humano tem uma inteligência muito superior. Além do instinto, usa várias linguagens para se comunicar. Tem consciência de si mesmo e dos valores da região onde vive. O comportamento humano precisa ser aprendido.
Grande! Dizem que quem faz um amigo ganha um tesouro. Muitos amigos, então... são uma fortuna! Cid, essa sua preocupação com o coletivo me lembrou o ditado "Uma andorinha não faz verão". Bem lembrado, professora. É preciso que haja um bando reunido para fazer algo acontecer. Fazer aquecer um verão ou florescer uma primavera... Fazer a esperança vencer o medo. E, quem sabe, criar uma sociedade mais solidária. É. Se uma pessoa sozinha já é forte e criativa, imagine o poder de uma multidão. Isto é, de uma comunidade! Basta dividir essa palavra para descobrir seu sentido. Quantas palavras você encontra?
 Com unidade. Comum idade. - Já pensou em Comum unidade? - Peguei a idéia! Significa muita gente buscando uma unidade comum. - conclui Cid.
 Bravo! Comunidade é a reunião de pessoas para realizar objetivos comuns. Trabalham nos mesmos projetos, assumem os mesmos compromissos. Caminham juntas porque sonham juntas.
 Minha quadra é uma comunidade-propõe Luana. - Eu pergunto: por que?
 - Tipo assim, vivemos juntos e somos muito amigos. É verdade. As comunidades podem ter pequeno ou grande número de membros. -A Feira do Guará é outro exemplo. Os feirantes se reúnem no mesmo local, nos mesmos dias e horários da semana. Têm obrigações comuns: pagar a taxa de ocupação, vender suas mercadorias, zelar bem de suas barracas e do ambiente, tratar bem o público visitante e ganhar dinheiro para sustentar a família.
A comunidade favorece a sobrevivência

É prazeroso viver em comunidade. A partilha de idéias traz sabedoria. Vence a idéia mais convincente, que beneficia todo o grupo. E de uma boa convivência grupai, surgem grandes amizades.
Uma comunidade traz em si a riqueza das diferenças. Somos brancos, negros, vermelhos, amarelos e pardos: formamos um arco-íris humano. Somos altos, baixos ou anões: uma composição infinita de biótipos. Alegres ou sérios, ricos ou pobres.
Temos inteligências diferenciadas. Enquanto seu colega é extrovertido, adora cantar e tocar violão, você pode ser tímido, mas é bom no futebol. O outro domina a matemática e a química, e assim por diante.
O que facilita a vida em conjunto é essa diversidade. Já pensou se todos os cães fossem iguais ao seu? Você nem poderia identificá-lo.
Juntos, podemos brincar, ter a companhia e o amor dos amigos. Mas a vida não é apenas uma brincadeira. O trabalho é essencial para a sobrevivência do ser humano. Enquanto você está aqui estudando, alguém trabalha para proporcionar-lhe alimento, serviços médicos e remédios, comprar-lhe vestimentas, pagar-lhe o cineminha...
Você já pensou em quem produziu este livro que está em suas mãos? Os cadernos, lápis e canetas que você usa? Seu uniforme? O ônibus que o leva até a escola? Ou a Kombi? Ou o automóvel que você mais gosta?
Alguém construiu sua escola, sua casa, seu apartamento ou seu barraco. E, certamente, você nem ajudou.
 Oh, quantos objetos usamos diariamente sem pensar sobre eles! - exclama Cid.
 Mas a vida se torna impossível, ou extremamente difícil, sem os mesmos - comenta um aluno.
 Meu maior sonho é que todos os garotos do mundo tivessem tudo isso. - confessa Cid. Participamos de um espaço coletivo, onde cada pessoa domina um certo oficio.
Necessitamos uns dos outros para compartilhar nossas habilidades, trocar os serviços e as mercadorias de que dependemos no dia-a-dia.
Você sabe quem construiu nossa cidade? Talvez você conheça algum pioneiro que ajudou a construí-la.
Imaginem quantos operá¬rios, arquitetos, engenheiros, urbanistas, artistas, professores, administradores foram necessários para construir Brasília, no curto tempo de quatro anos.
"A cidade é uma expressão da necessidade humana de contato, comunicação, organização e troca:

As diversas comunidades humanas formam uma sociedade. Por exemplo, todas as comunidades que vivem no Brasil formam a sociedade brasileira.
Ser cidadão é participar dessa organização social, dando a ela sua própria contribuição.
Quais são seus talentos? Que habilidades você deseja desenvolver? Quais são seus compromissos diários? E suas responsabilidades de estudante? Está consciente de seus deveres e seus direitos de cidadão?
As diferentes habilidades humanas tornam possíveis as ofertas de serviços e de mercadorias.
Enquanto alguns plantam e colhem os alimentos, outros os vendem. Alguns plantam o algodão, outros tecem o fio, outros cultivam o bicho da seda, para produzir novos tipos de tecidos. Algumas indústrias tecem, outras costuram as roupas e os uniformes que usamos. Os pesquisadores desenvolvem as tecnologias, enquanto as indústrias fabricam as máquinas.
Tudo isso significa trabalho. Além de ser gratificante para a pessoa, o trabalho possibilita cuidar da família, pagar o aluguel ou a prestação da casa, o telefone, a conta de luz e água.
A sociedade precisa de normas
Somos membros de uma sociedade complexa. Por isso, os seres humanos dependem de regras e princípios comuns para organizar a convivência grupai. E viver em paz.
 Como as regras de um jogo! - afirma Cid.
As regras estão nos jogos, nas jogadas da vida e na sociedade-acrescenta a professora. Os princípios de comportamento estão em toda parte: em casa, na nossa família, na
escola, nas ruas, em qualquer ambiente por onde andamos.
 Cid, você pode me dar exemplos? - pergunta um aluno.
 Não jogar lixo no chão, pois a escola é de todos. - responde. - Não usar o celular durante as aulas, porque incomoda os colegas e interrompe o raciocínio.
 Tagarelar durante a aula é desrespeito ao trabalho do professor e jfe também perda de oportunidade de aprender. - completa Cid.
 Ótimo, vamos a outro exemplo: se a bicicleta é do colega, você não pode usá-la sem sua autorização. Ir pra casa com ela sem permissão, nem pensar! - lembra a professora.
 É falta de juízo! - brinca um aluno, acenando círculos com o dedo em volta da orelha.
 É preciso ter senso de responsabilidade! - confirma Cid.
 Para conciliar conflitos desse tipo, os seres humanos criaram princípios e valores éticos. - fala a professora.
 Um respeitando o direito do outro. - comenta Cid.
 Temos que adequar o que queremos ao que podemos, não é mesmo? - conclui a mestra.

Os princípios morais são valores criados para disciplinar a convivência e preservar a sociedade. Visam promover o respeito, proteger a integridade dos cidadãos. São valores baseados na tradição e nos costumes. Ou seja, a moral é expressão de uma cultura.
Alguns princípios morais são regidos por lei, por exemplo, não matar, não roubar etc. Esses princípios defendem o direito à vida e à propriedade.
As leis são indispensáveis para proteger os direitos individuais e sociais. E para manter a comunidade unida. Os indivíduos que desobedecem às leis são penalizados, de acordo com a gravidade da falta cometida. Às vezes, ficam presos muitos anos, deslocados da sociedade.
As comunidades devem agir em defesa do bem-estar de todos, mantendo uma postura ética, baseada no respeito.
Os valores morais variam para cada sociedade. Eles existem para defender a sobrevivência dos grupos. Portanto, deveriam ser éticos. No entanto, em nome desses valores, o ser humano faz a guerra, que é a destruição da vida.
A ética nasce na consciência humana. E significa agir com profundo respeito ao semelhante. Aceitar as diferenças sem preconceito, sem discriminar ninguém.
A ética supõe uma atitude de defesa da vida, em todas as instâncias: humana, animal, vegetal, planetária e cósmica.
O comportamento ético representa a máxima evolução da convivência humana.
Cada profissão possui uma ética específica. Na sua opinião, qual será a ética do esporte?
A ética ecológica faz a defesa do meio ambiente. Você sabe que recolher papéis usados e encaminhar para a reciclagem evita a derrubada de centenas de árvores? Pense em quantos anos a natureza levou para gerar uma árvore frondosa. E em quantos segundos podemos destruí-la?
Se você tem dúvidas de como manter um comportamento ético, pergunte-se:
 Minha atitude protege a vida?
 Eu gostaria que alguém fizesse o mesmo comigo?
Cidadania é ser responsável para com seus deveres. Saber conquistar seus direitos. Cidadania é assumir sua dignidade, seu valor de cidadão. E contribuir para o bem-estar coletivo.
 Você está sendo convidado a exercer sua cidadania. - propõe Cid. Exerça a cidadania e fiscalize no dia-a-dia.

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